
No imaginário do torcedor, o hexa estava se desenhando. Afinal, o Brasil começou a Copa do Mundo sem muitos sustos, com vitórias sobre Sérvia (2 a 0) e Suíça (1 a 0). Os seis pontos nas duas primeiras rodadas deixaram em aberto a possibilidade de poupar jogadores na última rodada da primeira fase (o que o técnico Tite fez). A inesperada derrota para Camarões por 1 a 0 assustou um pouco. Mas, nada que abalasse a confiança do torcedor brasileiro. Afinal, era um jogo que ‘não valia nada’.
Vieram as Oitavas de Final. A combinação de adversários favoreceu (E MUITO) o Brasil. Fugimos de seleções favoritas como Espanha, França e Inglaterra. Das equipes mais tradicionais, apenas ela, nossa arquirrival, a Argentina, mostrava-se como adversário à altura de nos encarar. Pelo menos era isso que eu (e mais de 200 milhões de brasileiros) pensava.
A partida contra a Coréia do Sul foi um passeio. Saímos com uma vitória por 4 a 1 e um esperado clima de euforia, que trouxe a impressão de que o caminho até a semifinal (encarar os hermanos) seria tranquilo. Afinal, a Croácia havia passado por um jogo difícil, com prorrogação e penalidades. Nesse nosso imaginário popular, o Brasil teria fôlego extra para encarar os croatas.
Porém, não foi bem isso que se viu para partida das Quartas de Final. Engana-se quem pensou que o jogo contra a Croácia seria fácil. O adversário do Brasil nas quartas era a atual vice-campeã, uma seleção mais experiente, com jogadores mais rodados que o esquadrão canarinho.
Existe um ditado que diz que futebol se ganha no meio-campo. Por ali, a Croácia tinha Modric que, junto com Kovacic, Brozovic e Perisic, abusaram de trocar passes no confronto com o Brasil. Por 90 minutos, eles cozinharam o canarinho. O que, obviamente, levou o jogo para a prorrogação.
Para mim, Tite pensou mal o confronto. Era jogo para sacar um dos extremas e ir com um meio-campo mais sólido, com Casemiro, Fred, Paquetá e Neymar. Assim, poderia combater melhor o adversário. Além disso, a partida não exigiu muito defensivamente do setor defensivo, o que permitiria o ingresso de Daniel Alves, convocado justamente para momentos em que a experiência seria fundamental. O 0 a 0 no tempo normal deixou o brasileiro com o coração na mão. Mas, veio a prorrogação e parecia que tudo ia dar certo. O golaço de Neymar (que estava apagado até o momento), aos 15 min do primeiro tempo da prorrogação, deu aquele ar de esperança de que o Brasil avançaria.
Mas, como diria Galvão Bueno: Copa do Mundo é coisa séria. O Brasil começou a tentar segurar o jogo: carimbar bolas e manter a posse no ataque. Porém, apesar da vantagem, o Brasil adiantou o time nos minutos finais da partida. E, numa roubada de bola, foi ele, Modric, quem começou a jogada que culminou no gol de empate de Petkovic, faltando três minutos para o final da prorrogação.
Na chamada loteria dos pênaltis, brilhou a estrela do goleiro Livakovic, que pegou a batida de Rodrygo e contou com a sorte no penal de Marquinhos, que bateu na trave. Resultado: Brasil fora da Copa.
Agora, é bola para frente. Nada de fazer terra atrasada, afinal, essa seleção tem bons novos valores. Talentos como Antony, Vini jr, Rodrygo e Raphinha, que possivelmente estarão na próxima Copa. A derrota de hoje, pode ser o primeiro passo para a conquista de amanhã!
Confesso que essa foi uma derrota que vou demorar para digerir. Ainda mais que hoje vamos assistir pela TV a Argentina jogando a semifinal contra a Croácia🤡. Afinal, foi uma bobeada daquelas que a gente não consegue acreditar muito. Como uma seleção como o Brasil, que estava vencendo, continua a atacar, com sete jogadores no campo adversário, faltando três minutos para o final do jogo? Faltou um Iarley para segurar essa bola hein?
Enfim! Seguimos torcendo, Brasil!